Use-se

martha-medeiros-4Post (0043)

No que se referem os adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente.
Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem termos assinado procuração.
E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.
Se for este o caso, seguem-se sugestões para usar a si mesmo:
– Comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir.

Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer. Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição.
Dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui.
Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o.
Use sua voz: – Marque entrevistas.
Use sua simpatia: – Convença os outros.
Use seus neurônios: – Para todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, oras bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou “apenas” 13 anos. Não enviúve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas.
A memória e a emoção vêm muito do olho.
Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo.

Suas pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser…martha-medeiros-1
Sua boca pra sorrir…
Sua barriga para gerar filhos…
Seus seios para amamentar…
Seus braços para trabalhar… Sua alma para preencher-se…
Seu cérebro para não morrer em vida.
Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará.

Texto original de Martha Medeiros – Resumido – NG Canela – Janeiro de 2010

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