– Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia;
– Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.
– Livra-me, também deste desejo enorme que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.
– Ensina-me a pensar nos outros e ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando, com modéstia, a sabedoria que acumulei e que penso ser uma lástima não passar adiante. (Esta é ótima, não?)
– Tu sabes Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos, e que só se preserva os amigos e os filhos… Quando não há intromissão na vida deles…
– Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias e dá-me asas no assunto para voar diretamente ao ponto que interessa.
– Não me permita falar mal de ninguém;
– Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças;
– Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada dia que passa.
– Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias… Seria pedir demais;
– Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com alguma paciência.
– Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errado em algumas ocasiões;
– Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.
– Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: Mantenha-me o mais amável possível.
– Livrai-me de ser santo, é difícil conviver com santos;
– Mas um velho ou uma velha rabugentos, Senhor, ninguém merece! Me poupe!
– Amém!
Aqui entre nós, esta prece é bastante boa, (comentou um amigo e colaborador)…
– O que nos leva a pensar naqueles que de uma forma ou outra precisam dos nossos modestos conhecimentos… Os quais relutamos em compartilhar….Brincadeirinha… Só para permanecer no espírito da prece….
Post (298) – Janeiro de 2017