– Passei 15 anos da minha vida trabalhando com TI, afirma Marcel Dias. Aprendi a me manter informado, a buscar a informação ao invés de esperar ela cair no meu colo. Informação hoje é como oxigênio. Ela está quase que literalmente espalhada na atmosfera (não é literalmente porque o cérebro ainda não consegue captar sinais wireless sozinho). E, por algum motivo que foge à minha compreensão, as pessoas simplesmente ignoram essas informações e continuam esperando que ela caia no colo. Elaborei um gráfico simples que mostra como as pessoas se comportam:
– Conforme esse avançado gráfico elaborado pelo MIT – utilizando cálculos matemáticos avançadíssimos – quanto maior a facilidade em se obter a informação, maior é o comodismo das pessoas. Pode testar, é tiro e queda.
Hoje, comentei no Twitter: “A AppleStore nos EUA está vendendo iPhones contract-free e unlocked, com entrega de 1 a 3 dias úteis”. A espera antes estava em 3 semanas, ou seja, as lojas foram abastecidas para o Natal. Sabe quantas pessoas se deram ao trabalho de ir até o site da Apple saber mais? Zero. Entre as perguntas, surgiram:
- Quanto tá o iPhone?
- Dá pra dividir no cartão?
- Por 200 dólares?
– O iPhone tem basicamente o mesmo preço desde que foi lançado, com pequenas variações. As pessoas têm plena noção de quanto custa um iPhone. Se o sujeito se desse ao trabalho de ir à loja on-line, veria que sequer é possível comprarmos iPhone lá e mandar entregar no Brasil, isso também não é nenhuma novidade. Dividir no cartão comprando algo importado? Nem comento. Sobre o preço, em momento algum eu sequer citei quanto custava.
É incrível e absurdo o comodismo das pessoas em não dar um “click” para buscar uma informação. E pior: acreditam em qualquer baboseira que seja postada. Se eu tivesse dito que os iPhones eram entregues no Brasil e que estavam em promoção de Natal por 100 dólares, o site da Apple ia cair de tanto acesso. Há leigos nesse universo de preguiçosos? Sim, certamente.
– Mas numa era onde o conhecimento nunca esteve tão disponível e fácil de alcançar, é quase criminoso ter ferramentas para buscar esse conhecimento e simplesmente ignora-las.
Texto de Marcel Dias – NG Canela – Janeiro de 2013