– O exercício fundamental que esquecemos ao longo da Era do Conhecimento (pós 1950) é o da humildade. Só sabemos aquilo que sabemos.
– Apegar-se a, ou supervalorizar, aquilo que conhecemos é uma pretensão tola e improdutiva.
– O conhecimento acumulado torna-se ultrapassado (*) no exato instante em que produz seus resultados práticos.
– A partir desse instante, o conhecimento agora necessário é justamente aquele que ainda não foi descoberto; esse é o que nos impede de fazer o que ainda não foi feito.
– Se já soubéssemos como curar – ou evitar – o câncer, já o teríamos feito; se já soubéssemos como produzir energias mais eficientes em toda a cadeia produtiva, já a estaríamos produzindo.
– Ser humilde é ouvir o que os outros dizem de fato, ao invés de por em suas bocas as palavras nas quais acreditamos; transigir ao invés de impor; não desdenhar de quem questiona nossas certezas (quais certezas, afinal? a do conhecimento passado?)
– Ser humilde é tolerar erros como fonte de aprendizado.
– Ser humilde é reconhecer que outros podem saber coisas que não sabemos.
– Entender que o conhecimento acumulado – aquele ultrapassado mesmo – é muito maior nos anciãos e sábios do que nos jovens fogosos, unicamente porque aqueles tiveram mais experiências que estes.
– E que a ignorância de ambos é absolutamente equivalente, pois o que ninguém ainda sabe é idêntico para todo mundo.
– (*) Ultrapassado não é inútil; é apenas ultrapassado.
“Today’s belief in ineluctable certainty is the true innovation-killer of our age.” – Neal Stephenson, on Innovation Starvation.
Texto de Neal Stephenson enviado pelo amigo J.Scheidegger – NG Canela – Fevereiro de 2012