Outro dia eu estava conversando com um pessoal e de repente surgiu o tema “Amizade”. Cada um narrava algum fato ocorrido em suas vidas e eu escutando, atentamente, conclui que há muitos colegas e somente poucos amigos.
Isso não é novidade, afinal todo mundo sabe que amigos são poucos.
Por um motivo qualquer, deixar de oferecer festas (Boca livre) e divertimentos gratuitos faz com que desapareçam os chamados “amigos” que eram na realidade simplesmente “colegas”. Se alguém está alegre, feliz e de bem com a vida? Tenham certeza de que a inveja aparece quase sempre daqueles que se dizem “amigos”.
O pior é que não tem jeito, todo mundo precisa relacionar-se e permanecer num grupo. Assim sendo, saber conviver com as pessoas é uma arte, que exige de todos nós muita paciência e tolerância. O jeito é treinar diariamente.
Tente identificar no seu grupo a diferença que há entre coleguismo e amizade. Uma vez identificado quem são os colegas, então, não devemos esperar que se comportem como amigos. Daí, não tem problemas e tudo fica sob controle.
Coleguismo é muito simples. Podemos fazer colegas nas festas, nos passeios, no emprego em qualquer ambiente que frequentamos, e destes colegas são raríssimos os que se tornam nossos amigos. Uns são, alegres e divertidos, outros são simpáticos e amáveis e outros têm bom papo, há de tudo. Nos encontros de colegas tudo é festa e alegria. Mas cuidado, com a ressaca… uma dor de cabeça danada… também, não prestou a atenção… caiu na bobagem de falar demais… Olha só no que deu… probleminhas de ti-ti-ti…
Com colegas não devemos falar em demasia, nem dizer o que pensamos, só devemos manter o astral legal, dando risadas de tudo e, é claro, conversar abobrinhas. É melhor assim. Vai por mim… Não se preocupem se um colega não quer mais papo com você. Tudo bem, porque logo vem outro para substituí-lo. Ah! Era colega mesmo. Nada de importante. Devemos desejar felicidades e pensar: foi bom enquanto durou…
Não é a primeira vez que um colega vai embora sem mais e nem menos. Muitos já se foram, passaram pelas nossas vidas sem registrar nada de importante. A esses, que nada fizeram nem de bem e nem de mal, devemos simplesmente desejar felicidades. Passou… Até a vista…
Por outro lado, existe a amizade de verdade, esta é um sentimento raro e duradouro. Não há distância e nem outros fatores que possam destruir uma verdadeira amizade. O laço é forte e o amor e os sentimentos estão presentes nessa relação. Nessa relação de amizade exige-se confiança e fidelidade, e uma cumplicidade mútua. Os nossos amigos do coração estão nessa relação de amizade. São poucos, preciosos, importantes e necessários, para a nossa vida. Amigos estão contidos numa energia cósmica, porque só assim justifica-se o fato de muitos estarem longe, e continuarem presentes.
Não importa há quanto tempo não os vimos e nem à distância em que se encontram, porque os sentimentos de amizade que existe na relação transcendem, dando a certeza de que somos queridos. Dando-nos forças, conforto e compreensão nos momentos em que mais venhamos a precisar. Com certeza, na tristeza e na alegria.
São esses amigos que devemos cuidar com muita atenção, respeitando sempre a sua individualidade, estando sempre prontos para lhes estender as mãos no momento em que precisarem. Se um desses poucos amigos magoar-me ou deixar de existir, aí, sim ficaria numa enorme tristeza, podem acreditar.
Texto de Conceição Vetsch – resumido – NG Canela – Maio de 2010