Se te perguntarem como você está, mesmo com tanta coisa indo mal, diga que está bem, sinta que está tudo bem até que o céu fique azul, até que a simplicidade do olhar dissolva seus problemas.
Quando te perguntarem como vai o amor, a saúde, os planos, as finanças, não pense no seu bolso, nos seus desenganos, nos seus medos, apenas diga e sinta que está tudo bem, sorria antes dos pensamentos virem vomitar os dilemas da sua vida.
– Reclamar demais faz mal à saúde e contamina tudo em volta.
– Reclamar demais pode ser um ato comodista.
Prefira aquelas pessoas que sempre sorriem e dizem que está tudo bem, apesar de todas as mazelas que as circundam. Ver o peso e as sombras da vida cotidianamente, reclamando e empurrando os dias com a barriga, sem fazer nada para mudar é uma atitude que gera energias negativas.
– Reclamar demais corrompe nossas mentes, nos tornamos seres rabugentos, sem cor, cansados, andando pela vida como se ela fosse um fardo.
– Reclamar um pouco de vez em quando é bom, desabafar é importante para desacumular o que ficou preso no corpo, chorar e xingar pode ser ótimo para acalmar o coração.
Mas reclamar demais, todos os dias, é um vício de alguém que não quer vasculhar o profundo de si mesmo, não está a fim de empreender grandes mudanças internas, fica nessa de regurgitar nos ouvidos alheios as mesmas chatices, as mesmas frases e histórias, fica nesse enredo manjado de falar mal da vida, de colocar a culpa em tudo e em todos. São pessoas que inventaram essa lente cinza de ver o mundo, e têm mania de nunca estarem satisfeitas, mas também não ousam fazer nada para mudar.
– É mais fácil reclamar, falar dos problemas do que encontrar e colocar em prática soluções.
– É mais fácil despejar nos outros as culpas e ficar na posição de vítima.
– É mais fácil dizer que a vida não tem sentido do que tentar mudar a estrutura do próprio pensamento e encontrar por aí belezas acessíveis.
– É mais fácil se adaptar a uma realidade, se ajustar aos roteiros predestinados, do que ter criatividade e coragem para trilhar outros caminhos.
Texto de: Clara Baccarin • Postado originalmente no site Flipboard em 31 de outubro de 2016
Post (300) – Fevereiro de 2017