Às vezes, sinto como se meu corpo carregasse o peso do mundo, cada músculo gritando por um momento de descanso. O cansaço se infiltra nele, uma sensação pesada que parece crescer a cada movimento repetido. No entanto, enquanto meus braços clamam por alívio, minha mente permanece inquieta, alerta, como se houvesse uma faísca dentro dela que se recusa a se apagar, vivendo recordações a cada momento.
É um paradoxo intrigante: enquanto minhas extremidades físicas protestam, minha mente se mantém ativa, às vezes até mesmo em uma dança frenética de pensamentos. Enquanto desejo descanso, minha cabeça está ocupada com ideias, planos, novos projetos e preocupações. É como se houvesse uma desconexão entre meu corpo físico e minha mente.
Nesses momentos, percebo o contraste entre a fadiga física visível e a energia mental invisível. A dualidade entre corpo e mente se manifesta vividamente, recordando-me da complexidade e da interdependência do meu ser. Então, enquanto meus braços pendem cansados ao lado do corpo, minha mente continua a tecer histórias, resolver problemas e sonhar sonhos.
É um lembrete poderoso da resiliência do espírito humano, que mesmo quando o corpo enfraquece, a mente pode permanecer forte e vibrante, pronta para enfrentar o que quer que o mundo lance em seu caminho. É por este motivo que enfrento uma luta diária para eliminar, tanto quanto possível este cansaço, e siguir a vida em frente.
É o nome pelo qual ficou conhecido o homem do campo na região dos pampas da Argentina, Uruguai e do Rio Grande do Sul e, por extensão, os nascidos neste estado brasileiro. Originariamente, o termo foi aplicado, em sentido pejorativo (como sinônimo de ladrão de gado e vadio), aos mestiços e índios, espanhóis e portugueses que naquela região, ainda selvagem, viviam de prear o gado que, fugindo dos primeiros povoamentos espanhóis, se espalhava e reproduzia livremente pelas pastagens naturais. Igualmente livre, sem patrão e sem lei, o gaúcho tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira. No séc. XVIII, foi o gaúcho brasileiro um instrumento de fixação portuguesa no Brasil meridional, contribuindo para a manutenção das fronteiras com as regiões platinas. Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades, enquadrando-se na nova sociedade rural como trabalhador especializado: era o peão das estâncias. O reconhecimento de sua habilidade campeira e de sua bravura na guerra fez com que o termo “gaúcho” perdesse a conotação pejorativa. Paralelamente, surgiu uma literatura gauchesca, incorporando as lendas de sua tradição oral e as particularidades dialetais, e exaltando sua coragem, apego à terra, seu amor e Origem da palavra Gaúcho No início, quando toda a atividade se resumia à extração do couro do gado selvagem, os habitantes do Pampa eram designados como guascas, palavra que significa tira de couro cru. Só mais tarde, por volta de 1770, de acordo com o historiador argentino Emilio Coni, vai aparecer o termo gaudério, aplicado aos “aventureiros paulistas que deserdavam das tropas regulares para se tornarem coureadores e ladrões de gado” . O pesquisador uruguaio Fernando Assunção informa ter encontrado em 1771 uma correspondência ao governador Vertiz, de Buenos Aires, pedindo providências contra “alguns gahuchos” que andavam assaltando estâncias e roubando na região. Uma coisa é certa: até a metade do século passado, o termo gaúcho era ainda depreciativo, “aplicado aos mestiços de espanhol e português com as índias guaranis e tapes missioneiras”. Saint Hilaire, nos seus minuciosos apontamentos de 1820, ainda menciona “esses homens sem religião nem moral, na maioria índios ou mestiços que os portugueses designavam pelo nome de Garruchos ou Gahuchos”. Quanto á origem da palavra, há muitas divergências. Alguns autores afiram que o termo gaúcho vem do guarani. Significaria “homem que canta triste”, aludindo provavelmente à “cantinela arrastada dos minuanos”. A maioria dos autores rio-grandenses, no entanto, aceita outra explicação: seria uma corruptela da palavra Huagchu, de origem quêchua, traduzida por guacho, que significa órfão e designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol. Fonte: História Ilustrada do Rio Grande do Sul – CEEE – Contribuição do meu amigo BH.
Post(0326) NG – Agosto 2024
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